HOSPITAL DOORS - ROCK HISTÓRIA - PARTE 02

HOSPITAL DOORS - ROCK HISTÓRIA - PARTE 02 (Porque toda grande história, sempre continua...)

Ao Trash Metal novamente...


Nesta época, depois que tocamos em 2006, o Íris já havia sido dissolvido. o Tonel havia saído, meio tempo em que foi convidado para tocar no Zero Bhala. Lembro-me que por esta época, estávamos eu, o Ronnie e o Damiem no limbo, faltava um guitarrista, queríamos montar uns rifes sujos novamente, tocar “Enter Sandman” pra valer, e fazer composições próprias. Daí surgiu o DEATHLESS, que posteriormente se chamaria “HATE INSIDE”.

*Tempos de Porão, DEATHLESS, (Da esquerda para a direita), Ronnie Petterson e Damien Campos


*Ainda no porão, Marlon Fiori (Deathless)

Com uma apresentação no Antigo Tribu’s (aquele da casinha de madeira, também preta), e várias músicas próprias, o som no porão rolava nos finais de semana. Nessa época apareceu o Chiquinho. Para quem conhece, o Chiquinho é o que hoje toca no Draw the Line mesmo, nosso conhecido “das antigas”, como dizem por ai. Com outras apresentações lúgubres, nós tínhamos melhorado, batíamos cabeça, era os tempos de “Be Quick or be Death”, “Children of the grave”, “Symphony of Destruction”...

Muita coisa correu neste meio tempo, até o Nenê (Éderson Gusmão, nosso baixista do Hospital Doors, hoje) que tinha uma “formação” Hardcore e metal passou um tempo tocando conosco no porão. Ele era da banda SÍNDROME, que depois se tornou o PERFECTDREAM, uma rapaziada de amigos nossos e que mandava um som legal. É nesta época que a História do Nenê se ligou realmente conosco:


“O Perfectdream foi a primeira banda que eu tive, desde 2003 até o fim de 2007, a banda teve inúmeros nomes, o ultimo foi Perfectdream, que, mesmo não sendo o meu preferido, foi o que marcou a melhor fase da banda, foi quando rolou os melhores shows, e gravamos duas musicas. Aquela época foi muito divertida, porque como tudo mundo da banda era menor de idade, meu pai tinha que nos levar com a Kombi dele para os shows, por causa da bateria, amplificadores. Era muito legal, sempre havia aquela descontração na ida e os vexames causados pelo consumo excessivo de álcool era motivo de piada na volta. Nessas “metamorfoses” do Perfectdream, que eu comecei a ouvir e a gostar de metal, e foi nessa época que conheci Marlon Fiori que estava afim de montar uma banda de metal, o Deathless...Também conheci nessa banda o Ronnie Petterson, o Michel e Gustavo, que acompanhavam os ensaios.” (Éderson Gusmão)

*Uma das promos do PerfectDream

Entre as outras figurinhas que apareceram neste tempo o Rodrigo Lourenço, o “Pedestal Humano”, que anteriormente havia também, sido um dos idealizadores do “Santa Fúria”.

*Tempos de Porão, Rodrigo Lourenço, o eterno "Pedestal Humano"!

No entanto, com o tempo a coisa foi perdendo ânimo, acho que um tanto pela minha parte mesmo. Enquanto o metal rolava eu também ia conhecendo bandas novas, já que os irmãos do Gustavo Baro, meus primos, sempre ouviam rock alternativo, coisa que eu começava a me interessar. Neste ínterim, o Damien montou a “Divine Sins”:

“A “DIVINE SINS” surgiu um pouco depois de acabarmos com o Hate Inside. O primeiro EP com seis musicas lancei no dia de meu aniversário com duas musicas e a versão completa com seis musicas no dia das bruxas de 2008. É claro que de um ano pra cá muita coisa mudou, inclusive na maneira de compor as musicas da Divine, hoje em dia já penso em uma coisa mais moderna, com flertes com musica eletrônica e acústica, mas o EP “crying for the sins of god”, é um grande orgulho pra mim, por ser até hoje o primeiro projeto no estilo da nossa cidade e região, não que isso seja bom, pelo contrário, é horrível ter só um projeto no estilo (risos), mas pelo fato de que é necessário ainda mais coragem pra levar a frente e divulgar algo que não tem tanta aceitação. Deixando bem claro que outros integrantes passaram e participaram da banda desde sua criação.”(Damien Campos)

*Capa do EP “crying for the sins of god”, Divine Sins

Eu e o Ronnie chegamos a participar da Divine Sins.

No começo de 2007 surgiu a idéia de tocar uns covers de tudo que se podia imaginar (de Elvis a Radiohead), novamente estavamos eu, o Tonel, o Caio e o Ronnie, com um repertório variado, que andava a passos de tartaruga, uma banda que nunca se apresentou, não tinha nome, mas, que tocava um “Jeremy” do Pearl Jam coisa fina. Foi nesta época também que começamos a ouvir maciçamente Radiohead, que por incrível que pareça era uma banda que o Caio gostava muito.

*Ensaios novamente no meu quarto, um "Jeremy" coisa fina, tempos de mudança...

Aquela miscigenação musical não deu muito certo. Em pouco tempo o Caio saiu, foi a última vez que tocamos juntos numa mesma banda. Da formação que restou passaram mais dois integrantes, a Vivi que na época era namorada do Ronnie e andou segurando uns baixos e o inconveniente “True”, um amigo do “grunga”, Headbanger, que como lembrou mais tarde o Michel: — “tinha talentos bem meia boca”. Em um ensaio as coisas já haviam dado errado, ele queira me tirar da banda, a banda que eu havia montado. Confusão desfeita a banda acabou.

“Nós” vamos Além da Teoria


Em meados de 2007, com o fim da banda de covers, o Damien resolveu montar um projeto de músicas próprias em português com o Michel Gomes, foi ai que surgiu o que viria a ser o ALÉM DA TEORIA:

“Banda de rock alternativo com letras em português, com criticas a sociedade e seu modelo de vida, e com letras reflexivas.” (Damien Campos)

Na falta de um baterista eu apareceria novamente. Desta época surgiram as canções “Nós” e “Vox Populi” do Michel e outras composições do Damien. Começamos a ensaiar, como de praxe, os ensaios eram na minha casa. Quando a banda contava com umas 4 ou 5 músicas entre as quais estava a “Vidas, vidros, opções e traições” surgiu o Daniel Moraz. O Daniel era um músico de banda de baile, a princípio conhecido do Damien. Na verdade, o Daniel era um guitarrista, que acabou assumindo o contra-baixo no Além da Teoria, já que era a necessidade da banda, pois já contava com o Michel e o Damien que não só tocava guitarra, mas cantava também.

*Além da Teoria, (da esquerda para a direita), Michel Gomes, Daniel Moraz, Marlon Fiori e Damien Campos.

*Mais uma do Além...

Para quem não sabe, esse nome horrível foi idéia minha mesmo, eu o havia visto em meia a uma propaganda de Outdoor na Avenida Brasil, depois de uma conversa resolvemos ficar com ele. “Nós” íamos Além da Teoria.

Como lembra o Michel, e para falar a verdade: — “O Além foi a primeira banda que se consolidou”, ainda que:

“O Além Da Teoria serviu de base pra gente ter uma banda de verdade, mas o projeto era ruim, as idéias e musicas também, sem foco.”

Neste tempo, nós tínhamos cerca de 8 a 10 músicas, sendo a primeira vez que entramos em estúdio para gravar um material. Daí nasceram “Nós”, “Vox Populi” e “Platônico”, sendo que depois gravamos “Inteligência Artificial” e “Dúvida do Agora” (Nunca lançadas).

*Um dos shows do Além da Teoria, no churrasco de História da UEM.

*Além da Teoria no PUB FICTION BAR.

...Enquanto isso, o metal não parou...

Neste mesmo período, para quem não sabe o Gustavo começou a tocar com o Caio. Era uma banda de metal com muito Megadeath:

“Surgiu o Arcano que tinha tudo para ser uma banda legal, menos um baterista, o baterista comprou uma batera nova começou a aprender tocar e abandonou todos, mas os membros do Arcano são os caras que gosto muito deles até hoje e que fazem parte de minha vida.” (Gustavo Baro)

*Caio Poppi, um de nossos grandes amigos, idealizador do ARCANO.

Já o Nenê, estava no Perfect Dream (já comentado acima), que fazia uma mistura de Hardcore com o chamado New Metal. Ou seja enquanto eu comecei a passar várias horas do meu dia ouvindo Strokes e mais um monte de bandas de rock alternativo, a garotada estava mesmo batendo cabeça!

...
Continua no próximo episódio

PS: As datas de 2005 nas fotos do Deathless são frutos de uma câmera desregulada!

TEXTO: Marlon Fiori

Nenhum comentário: