HOSPITAL DOORS - ROCK HISTÓRIA - PARTE 03
Antibióticos
Uma coisa que nunca escondi é que muita coisa que o Além da Teoria produzia eu achava uma chatice. Porém, num dia isso começaria a mudar. Era começo de 2008. Em um dos ensaios do Além da Teoria na minha casa o Gustavo Baro apareceu, enquanto nós precisávamos de uma letra para uma música. O Gustavo ouviu aquilo, chegou na porta do meu quarto enquanto ensaiávamos e disse:
— “Pega uma bula de remédio e começa a cantar o que está escrito, foda-se!”
Nós demos risada com aquilo lá, e enquanto a galera havia achado apenas engraçado, aquilo tinha ficado na minha cabeça. Foi ai que num domingo, enquanto tomávamos raspadinha de menta com conhaque, nasceu a idéia de montar a tal da banda pra fazer algo descontraído, falar umas asneiras.
— “Uma banda cuja a intenção era nenhuma, onde todos queriam dizer nada, e totalmente alcoólatra e inconseqüente.” (Gustavo Baro)
— “O Antibióticos era uma grande brincadeira, eu gostava.” (Michel Gomes)
O Gustavo e o Michel tocariam guitarra, eu ficaria com as baquetas. Resolvemos que o Anacreone deveria cantar (isso mesmo, o “Fiio”, nosso amigo da feira do meio ambiente), porém faltava um baixista e quem sabe mais um integrante. Nascia oficialmente o ANTIBIÓTICOS.
Antibióticos
Uma coisa que nunca escondi é que muita coisa que o Além da Teoria produzia eu achava uma chatice. Porém, num dia isso começaria a mudar. Era começo de 2008. Em um dos ensaios do Além da Teoria na minha casa o Gustavo Baro apareceu, enquanto nós precisávamos de uma letra para uma música. O Gustavo ouviu aquilo, chegou na porta do meu quarto enquanto ensaiávamos e disse:
— “Pega uma bula de remédio e começa a cantar o que está escrito, foda-se!”
Nós demos risada com aquilo lá, e enquanto a galera havia achado apenas engraçado, aquilo tinha ficado na minha cabeça. Foi ai que num domingo, enquanto tomávamos raspadinha de menta com conhaque, nasceu a idéia de montar a tal da banda pra fazer algo descontraído, falar umas asneiras.
— “Uma banda cuja a intenção era nenhuma, onde todos queriam dizer nada, e totalmente alcoólatra e inconseqüente.” (Gustavo Baro)
— “O Antibióticos era uma grande brincadeira, eu gostava.” (Michel Gomes)
O Gustavo e o Michel tocariam guitarra, eu ficaria com as baquetas. Resolvemos que o Anacreone deveria cantar (isso mesmo, o “Fiio”, nosso amigo da feira do meio ambiente), porém faltava um baixista e quem sabe mais um integrante. Nascia oficialmente o ANTIBIÓTICOS.
*Um dos primeiros ensaios do Antibióticos, (da esquerda para a direita), Gustavo Baro, Michel Gomes, Anacreone Souza e Marlon Fiori
De início, nós não achávamos um baixista e na verdade, nunca achamos. A passagem do Anacreone pelo Antibióticos foi bem rápida, ele não conseguia cantar, nunca havia cantado e não tinha nenhuma vocação para a coisa. Algum tempo depois ele tentou assumir o contra-baixo, contudo, ele não tocava e de início achamos aquilo ótimo, a idéia em si era simplista, mas com o tempo, ele acabou saindo. O Gustavo no fim assumiu o vocal.
Foi ai que apareceram o Wellington, o vulgo “Gogó”, “Ariston”, “Vadico”, ou seja lá o que queira chamar, além é claro, do Robson, ou também, o chamado “Borga”, o “Borguetinho”, o “Falido”.
O Borga tocava teclado, curtia Kiss, já era amigo do pessoal. Foi num bar enquanto bebíamos que falamos da banda para ele, ele achou a idéia tão ridícula e ruim que resolveu entrar.
Já o Gogó, como baixista, “era um cara bacana”, como dizia o Caio. Ele sabia dar três notas, era amigo meu da faculdade de História, conhecia-o há pouco tempo, mas, ainda sim, era o que nós precisávamos, músicas simples, naturais, canções como “Open the Door”, “Jonh Lennon não Morreu”, “Dilema”, “Diclofenaco de Potássio”.
JOHN LENNON NÃO MORREU (letra)
Fumante passivo, Muita fumaça dentro,
Coca-Cola light,
Coca-Cola diet,
Um drops de morango.
John Lennon não morreu,
John Lennon não morreu,
John Lennon não morreu,
Mataram ele.
Fumante ativo,
Muita fumaça dentro,
Uma Pepsi light, uma Pepsi twist,
Um frigélis de melão.
John Lennon não morreu,
John Lennon não morreu,
John Lennon não morreu,
Mataram ele.
John Lennon não morreu,
John Lennon não morreu,
John Lennon não morreu,
Mataram ele.
(Marlon Fiori e Gustavo Baro)
Nas palavras do Wellington, o que o lhe havia chamado a atenção era que:
— “Disse que estava montando uma banda com uma temática completamente diferente do que existia na cidade: letras sarcásticas, musicalidade simples e muita presença de palco... fui em um domingo para o primeiro ensaio em sua casa, pegando ônibus com o baixo em uma bag de violão que não conseguia cobrir todo o baixo, para ver o nível da tosquice. No ensaio conheci o Michel, o Borga e o Gustavo, que perceberam de cara que eu não tocava nada. Aparentemente isso não foi um impedimento, pois ainda continuei na banda, pois o Michel me passava as linhas do baixo nas músicas.”
*Essa singela figura ai em cima, na foto, é o Wellington, o conhecido "Gogó", o "Ariston" ou ainda, o "Vadico"...
O Antibióticos chegou a gravar duas músicas, nas palavras do Gogó, o cara do estúdio nos elogiou dizendo “que já ouviu coisas piores, mas era bem ruim mesmo”. Na gravação, inclusive, o Gogó nem chegou a gravar, “pois estava errando em todos os takes”, e o dono do estúdio gravou para ele. O Antibióticos nunca se apresentou, na verdade enquanto o Além da Teoria ainda tocava, este acabou sendo o verdadeiro embrião para o Hospital Doors:
— “Do Antibioticos surgiu o Hospital Doors.” (Gustavo Baro)
Tempos depois descobri até mesmo que já existia uma banda de Punk Rock na Argentina com este mesmo nome, além de ter um Myspace formado.
O “Mago”!
Algum tempo depois o Daniel saiu do Além da Teoria, os compromissos com sua banda de baile, o Acqua, não nos permitia fazer shows aos finais de semana, e assim ficava difícil tocar. Por esta época nós ensaiávamos no Estúdio VOX, do Murilo, foi em uma desta vezes que apareceu o “mago”, Gabriel Matsudo. Ele nos foi apresentado pelo próprio Murilo, já que estávamos a procura de um baixista.
Nas palavras de Michel, o Gabriel era:
— “Músico de conservatório, mais conservador impossível.”
Fizemos um show com o Gabriel, o que inclui uma história posterior, do fenomenal festival da Yield Produções. Até hoje não entendo como ele pode errar o “Seven Nation Arms”, mais tudo bem isso é outra história...
Ostracismo, Editors, seriedade...
Os prelúdios de 2008 não havia sido dos melhores, o Gustavo não tocava mais com o Arcano, o Perfect Dream tinha praticamente acabado. O Além da Teoria andava bem mal das pernas, e o Antibióticos não era o suficiente, foi ai que conheci Editors.
Era uma pasta que havia copiado de um dos sets que o Flávio da Sonic Flower, havia feito para discotecar numa festa. O Flávio já era um conhecido antigo nosso, amigo dos irmãos do Gustavo de tempos, que me enchia o saco quando eu era menor, e dizia que tinha medo das coisas que nós ouvíamos quando metaleiros. A pasta, era uma seleção de várias bandas, comecei a ouvir uma por uma, até que numa dessas começou a tocar “Munich”, do Editors.
Parei o que estava fazendo, pois achei aquilo realmente bom. Por esta época eu já escutava muito Radiohead, Arcade Fire, Morrissey, Interpol, Strokes, um pouco de Franz Ferdinand. Foi ai que, pela primeira vez, me deu vontade de fazer um som daquele tipo. Na mesma hora comecei a escutar várias das músicas do Editors no Youtube. Eu descobria a banda que praticamente mudaria “minha vida musical.”
Você conhece Pulp ou The Organ?
Era início de março de 2008, já havia comentado com o Gustavo a idéia de fazer um som nesta linha alternativa com o Antibióticos, já que, ele estava ouvindo várias bandas desta linha também e banda andava meio parada. Desta forma, num dia destes havia ido tomar café na casa do Ronnie Petterson. Começamos a discorrer idéias sobre o cada um andava ouvindo e foi ai que ele me falou de Pulp e do The Organ, além de, várias bandas que achamos em afinidade naquela época. Foi naquele dia que realmente nasceu a idéia de montar o que se tornou o Hospital Doors.
Agora, o Ronnie cantaria e tocaria baixo, o Gustavo seguraria a guitarra, junto com o Michel, eu ficaria com as baquetas e o Borga, com os teclados. Era uma formação bacana.
De uma forma prática, o que nós estávamos fazendo, era uma coisa simples. Nós queríamos transformar a formação do Antibióticos numa banda de rock alternativo dançante. Da simplicidade e baderna a uma coisa que nem entendíamos tanto. Quando a proposta mudou, foram uns três ensaios e o Borga disse que “aquilo não era pra ele”, e que simplesmente não gostava do novo estilo de som, acho que, moderninho demais para seus padrões. Começamos a ensaiar.
Smokers Outside the HOSPITAL DOORS...
Quando a proposta mudou de verdade, ou seja, o Antibióticos não mais existia, era necessário um nome para a nova banda. A idéia era desde de o início montar alguma coisa que fosse essencialmente autoral, misturar as influências novas, além de, é claro, o grupo todo começar nesta época a ouvir Editors e dezenas de bandas afins. Começamos a compor paralelamente à execução de alguns covers. Contudo, precisávamos de um nome. Daí começaram a sair as mais diversas especulações.
Entre os nomes que surgiram vieram o “Drinks and Cigarettes”, o “SuperMarket”, o “Outdoors” e vários outros. Dentre estes, nunca chegamos a um consenso. Seria em uma conversa e no meio de cervejas que surgiu a idéia de:
— “Que tal THE HOSPITAL DOORS?”
— “Porra! Legal, por mim ficamos com este.”
No meu consenso com o Gustavo, faltava agora, a aprovação do Michel e do Ronnie. E foi ai que o Michel sugeriu o “E se fosse só Hospital Doors, sem The?”. Problemas resolvidos, este seria agora o nome. Na verdade, a idéia era quase que como um preito à segunda música que ouvi da banda que me influenciou a querer formar uma banda deste gênero. A música Smokers Outside the Hospital Doors do Editors.
Continua no próximo episódio...
PS: Problemas com as datas da Câmera novamente...
TEXTO: Marlon Fiori
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