HOSPITAL DOORS - ROCK HISTÓRIA - PARTE 05 -

- ROCK HISTÓRIA - PARTE 05 - Até porque, muita coisa ainda vai estar por ser escrita...

No fim do Verão

Passado os traumas, com o Além da Teoria desfeito, um bolo tomado, nós tínhamos aprendido uma lição. Aliás, várias. Me lembro que jurei nunca mais locar um ônibus para nada. Além do mais, a premiação sobre aquela porcaria toda da Yield nunca chegou a ser divulgada, nem quisemos ir atrás.

Foi assim que, entre vários shows do Hospital Doors, gravamos o primeiro EP da banda, intitulado “Song’s Abouth Nothing”. Hoje, entendemos que mesmo que tenha sido um trabalho legal, o primeiro EP estava meio longe de expressar totalmente as músicas que nós planejamos, o rock que o Hospital Doors realmente pretendia alcançar. Como vemos aquele foi:

“Primeiro trabalho da banda, que ainda contava com Ronnie Petterson nos vocais. Foi um EP de auto-conhecimento, experimentações e que contribuiu para formação da nossa personalidade. Com quatro musicas, sendo elas: “Decadance”, “I Dont Know”, “MakeUp” e “Steady Feet”.”

O “Song’s About Nothing” nunca chegou a ser lançado em disco físico, nós o disponibilizamos apenas na Internet, onde você pode baixá-lo até hoje no nosso TRAMAVIRTUAL. Tempos depois, saiu a premiação dos “Melhores do Ano” de 2008, realizado pela Sonic Flower Club, do Flávio Silva. Foi por esta época, que ganhamos como Banda Revelação de Maringá, com uma votação expressiva e animadora, 55,7% dos votos, além de, um inesperado segundo lugar na categoria “Melhor Apresentação no Programa Garagem”.

*Cartaz (Sonic Flower Club - Melhores de 2008)

Contudo as coisas não iriam tão bem como aparentavam.

De certa forma, e isso é uma coisa estranha, com o tempo a formação do Hospital Doors balançou. Entre outras coisas, o Ronnie, que sempre foi um forte compositor, não se entendia mais com as linhas de vocais propostas pela banda, numa época que a sonoridade estava se enquadrando na proposta que realmente queríamos, tínhamos composto um marco na linha sonora do Hospital Doors. Esse marco era canção “STATIC SMOKE”, que depois intitularia o segundo EP da banda. Foi de forma razoavelmente tranqüila, se bem que, acredito ser difícil nesta situação catalogar este sentimento, que o Ronnie saiu da banda.

*Ronnie Petterson, um dos idealizadores do EP "Song's About Nothing", primeiro do Hospital Doors.

Do meu ponto de vista, e acredito que seja um consenso dos membros antes da entrada do Damien Campos nos vocais, todos sabíamos que tínhamos perdido um grande compositor, porém, numa época de novos rumos. Claro, o Ronnie continua marcado como um dos fundadores do Hospital Doors, um dos seus idealizadores, um dos nossos grandes amigos, e a quem de certa forma, gostaríamos de deixar claro isso. Até porque, essa é a nossa história.

*Essa é do primeiro show (Ronnie Petterson).

É preciso cantar!

Por mais difícil que seja arrumar músicos de qualquer espécie para uma banda, uma coisa que não tenho dúvida é de que, o mais difícil de todos é o fato de cantar. Isso está implícito na idéia de que, se você não toca bem bateria, guitarra, baixo ou seja qualquer que for seu instrumento, é uma questão de esforço, prática, e não que cantar também não seja, contudo, é necessário ter, antes de tudo, um “talento”, um “dom”, meio que inerente, uma voz legal. Foi ai que o Hospital precisava de um vocalista novo.

A primeira idéia foi a de tentar fazer um teste com todos os membros da banda, pois, afinal, se alguém se enquadrasse neste contexto, nós já estávamos afinados, e nos pouparia um trabalhão. Isso foi um desastre. O único que de certa forma sabia mesmo cantarolar alguma coisa era o Nenê, ainda que, neste ponto, se fosse a ver o caso, perderíamos muito do seu mais que talentoso virtuosismo e liberdade para o baixo. No fim tivemos mesmo é que correr atrás de outra pessoa.

Umas das opções foi o Márcio Szpaki, que na época tinha montado o “Tiny Cables Ink” e ainda tocava guitarra no “Hiroshima me Devora”. Apesar de ter rolado em alguns ensaios uma “química” bem legal, o resoluto final foi o de que ele já tinha duas bandas, teria de assumir um posto chave no Hospital Doors, e que no fim, acabaria mesmo é em dívida com os três projetos. A verdade, é que essa observação continha uma grande verdade. Era necessário achar alguém.

Já havia passado Janeiro de 2009, o Hospital Doors andava parado, faltava um vocalista, não aparecia ninguém, foi por esta época que resolvemos convidar o Damien Campos para fazer um teste, tentar tocar conosco. Na época, com um certo ceticismo, ele acabou aceitando, ainda que não ouvisse as influências musicais propostas pela banda. Porém, a verdade é que em um tempo realmente hábil, a coisa tinha dado certo. O Damien possuía um balanceamento e diversificação vocal que era o que precisávamos. E assim a banda se firmou novamente.

*Uma das promos do Hospital Doors, já com Damien Campos. Foto por Hugo Lemes.

Como lembrou a Raíra:

“Depois da entrada do Damien, eu senti que o Hospital se sentia mais seguro no palco, e suas performances estavam cada dia mais maduras, e com a identidade da banda, cada vez mais a flor da pele.”

*Outra das promos com o Damien Campos. Foto por Hugo Lemes

Depois de uma fase “Garagem” novamente retornamos em junho deste mesmo ano com o EP “Static Somke”, que contava com 3 músicas, “Labyrinth”, “Static Smoke” e “Airplanes”. Neste sentido, o novo EP era realmente:

“Uma amostra de um amadurecimento profissional e de idéias, chegando a quase 3500 plays na semana de lançamento no MySpace. Apesar de contar com apenas três musicas, foi com esse trabalho que consolidamos o nosso nome na cena independente de Maringá e região.”

*Capa do EP "STATIC SMOKE".

E foi daí, que a coisa todo virou esse novo grande bolo, só que, desta vez muito doce, diferente do de Campo Mourão. Ali se consolidou a formação que permanece no Hospital Doors até hoje, o pessoal que faz boa parte dos meus finais de semana (já que no meio da semana os afazeres de todo mundo dificultam um contato musical) fazer toda a diferença. É necessário uma semana toda para nos finais de semana ensaiar, e é ai, quando a música dançante rola, no “Cafofo” aqui no fundo da minha casa que tudo fica certo. Que dá pra ser livre de verdade. Como expressou o Michel:

“O Hospital Doors hoje é a minha vida, eu adoro ter idéias novas e compor com a galera, são todos meus irmãos.”

*Hospital Doors tocando no RockIngá...

Partilho literalmente desta idéia. Com o tempo nos tornamos irmão, mais que uma coisa musical. Cada coisinha em seu lugar, cada papel em seu devido contexto. A genial musicalidade do Nenê e suas dicas para a perfeição, o absurdo criacionista de minha idéias musicais, o entendimento e capacidade brilhante do Michel de criar coisas que adoro e ainda transpor para guitarra o que eu penso, os efeitos mirabolantes e fenomenais do Gustavo, e a ajuda, profissionalismo, comprometimento e talento vocal do Damien. Enfim, quando conversamos o que ficou foi um ar de:

“Fico contente em fazer parte de uma ótima banda” (Damien Campos)

*Gustavo Baro bulinando o boneco na sessão de fotos...

“O Hospital Doors, que é pra mim um projeto de vida, como eu sei que para meus amigos da banda também é.” (Gustavo Baro)

*Hospital Doors no Nevilton Convida em Umuarama, noite inesquecível...

O silêncio, característico do Nenê, que tenho certeza de que, partilha da mesma idéia.

Bem, se você chegou até aqui, é porque agora, sabe uma grande parte das nossas vidas. Quando comecei a escrever o ROCK HISTÓRIA, e neste tanto de caracteres que apareceram, me lembrei novamente da imensidão de momentos bons e ruins que passamos juntos, o tanto de amigos que fiz, de pessoas que conheci e que, de certa forma, hoje, não só eu, mais todos da banda, continuamos conhecendo. Acreditamos mesmo que a história do presente, é uma história já de sucesso, que continua sendo escrita, que ainda pode engrossar essa lista, e que ainda, deve ter muitos deslizes, como tudo na vida deve ter.

Então, pra deixar aqui de lembrança, algumas palavras da Raíra:

“Hoje o Hospital segue em rumo aos seus dois anos de banda, fazendo shows, e começando a atravessar as fronteiras do estado do Paraná, dando inicio a quebra de um dogma de muitas de Maringá, que é o de não conseguir sair daqui da cidade, e começando a mostrar para muitos que Hospital Doors pode e já está, a balançar a cena do rock do em Maringá .“ Hospital Doors rock my world”, e realmente chacoalhou, quando menos percebi já estava tão envolvida com a banda e nesse mundo de musica independente, fazendo correrias, levando tropeços, vestindo a camisa do Hospital Doors, chorando e rindo ao lado dessas figurinhas que hoje já ocupam quase todo o espaço do meu coração, e do meu tempo livre. Tempo esse, seja pra se divertir, seja pra ralar pela banda.

O Hospital Doors, é algo tão vivo e tão presente, que sinto como se a banda tivesse criado vida e personalidade próprios, como se o Hospital Doors, não fosse apenas a banda que ensaia na edícula do Marlon, mas sim um grande amigo, que nos proporcionou outros tantos e verdadeiros amigos, e que nos fez ver que com pouco dinheiro e muuuuuito trabalho e dedicação, dá sim pra ser feliz em todos os aspectos, um amigo leal e que podemos ter certeza que sempre nos espantará com uma nova surpresa.”


*Promo 2009. Foto por Bulla Jr.

Um grande agradecimento a todos que ajudaram a construir essa história, vamos em frente.



TEXTO ORIGINAL: Marlon Marcel Fiori, com ajuda de todos, é claro!

Um grande abraço!


Por fim...



AMANHÃ - SEXTA FEIRA (13/11/2009) acontece uma grande festa no PUB FICTION BAR, pra quem não sabe, é a primeira HOSPITAL DOORS No SESSÕES DE SEXTA!

Na primeira versão, além do HOSPITAL DOORS tocando, haverá a presença de dois DJ's convidados, o Flávio Silva (Sonic Flower Club) e o Elvis Costella (T.recs). Com outra coisa legal, você ainda ganha um conhaque grátis na entrada.

Além disso, as 25 primeiras pessoas que comprarem um CD do Hospital Doors ganham mais duas doses, ou seja, a coisa vai esquentar, com muito rock dançante no palco e nas pista...

Não dá pra perder!

BAR ABERTO A PARTIR DAS 23 H
ENTRADA: R$ 8,00

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